A utilização da energia elétrica é essencial para o dia a dia de todas as pessoas e por isso, aumentos na conta de energia são motivos para preocupação. Desde 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) passou a adotar o Sistema de Bandeiras Tarifárias. Neste artigo explicamos o que são as bandeiras tarifárias e como a crise hídrica influencia na geração de energia elétrica.
Antes de mais nada, é importante destacar que as bandeiras tarifárias são diferentes das tarifas comuns da fatura de energia. Enquanto as tarifas representam todos os custos no processo de geração, transmissão e distribuição, as bandeiras ajudam o consumidor a saber se o valor cobrado na conta de energia é o valor normal ou se ele está pagando a mais pelo consumo.
Características das Bandeiras Tarifárias
As bandeiras tarifárias são divididas em 3 cores e mostram ao consumidor quais são os verdadeiros custos da geração de energia. Por meio desse sistema é possível saber se a energia custará mais ou menos de acordo com as condições de geração e assim ter um uso mais consciente. A variação nos valores cobrados ocorre dependendo de quais usinas foram utilizadas para produzir a energia.
Bandeira Verde
Quando a bandeira está Verde, significa que as condições para geração de energia estão normais, ou seja, as usinas hidrelétricas estão funcionando normalmente. As usinas hidrelétricas utilizam a força da água para gerar energia e por isso são consideradas a forma mais barata e fácil de fornecimento. Nessa bandeira a fatura de energia não sofre nenhuma alteração de valor.
Bandeira Amarela
A partir do momento em que as condições de geração começam a ser um pouco menos favoráveis, a bandeira é alterada para a Amarela. Quando essa bandeira é alcançada, as usinas termelétricas são ativadas para auxiliar as hidrelétricas na geração de energia.
As usinas termelétricas utilizam combustíveis para gerar energia, como gás natural, carvão e óleo combustível, por exemplo. O custo para esse tipo de geração é maior e por isso a fatura de energia sofre um acréscimo. Dessa forma, na Bandeira Amarela a fatura de energia tem o acréscimo de R$1,874 por cada 100 kWh consumido.
Bandeira Vermelha
Assim como na Bandeira Amarela, na Bandeira Vermelha as condições de geração de energia não são favoráveis. Em períodos de estiagem, o nível dos reservatórios de água é baixo e há a necessidade de gerar energia em outros tipos de usinas, como as termelétricas. Por se tratar de uma geração poluente e com altos custos, o valor na conta de energia também é maior. Ainda na Bandeira Vermelha, há a divisão entre dois níveis de cobrança, o Patamar 1 e 2.
Na Bandeira Vermelha Patamar 1 o acréscimo é de R$3,971 por cada 100 kWh de consumo. Já no Patamar 2 o acréscimo é ainda mais alto, sendo de R$9,492 por cada 100 kWh consumido, visto que a demanda de geração é mais alta.
O impacto da crise hídrica na geração de energia elétrica
Todos os meses o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avalia as condições de geração de energia e define qual a melhor estratégia para atender a demanda do momento e nesse momento a cor da bandeira tarifária do mês também é definida.
Como dito anteriormente, quando as usinas hidrelétricas estão funcionando normalmente, significa que as condições para geração de energia estão normais. Mas o cenário que estamos acompanhando nos últimos tempos é outro, visto a crise hídrica que o país está enfrentando.
De acordo com a ANEEL, o Brasil está passando pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos, o que impacta diretamente na geração de energia, já que cerca de 65% da produção de energia do país vem das usinas hidrelétricas. Ou seja, se o volume de chuvas está baixo, a geração de energia é afetada e consequentemente o valor na fatura de energia aumenta.
Uma forma de driblar essas cobranças adicionais na conta de energia, é por meio da utilização de outras fontes renováveis de geração, como a energia solar fotovoltaica, por exemplo. Os consumidores que possuem sistemas fotovoltaicos instalados não ficam livres de pagar os valores referentes às bandeiras tarifárias. Mas é importante ressaltar que o impacto dessa cobrança é menor, visto à economia mensal gerada pelo sistema.
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